Muitos ou todos diziam, certos,
que eras além do demais para mim
e diante de tua beleza, por certo,
por mais bonito que eu fosse e nem assim
que nunca fui, nem perto, enfim,
também eu sabia que eras demais para mim.
Porém, parece, somente nós sabíamos, decerto
O que um e outro era ou seria, sempre, para si.
No entanto, para nosso desencanto, o canto
dessas urbanas sereias presas nas areias
da ampulheta chamada destino, fez-se ouvido
resultando na dispersão de sonhos intumescidos
desenvolvidos n'outros caminhos e acenos
enquanto se dissolvia nossa trigonometria
não apenas em repetidos senos e co-senos,
para fora e além do infinito de nossa simetria.
E fomos de gole em gole do azedo embriagados,
Sem mais o doce do vivido e jamais esquecido
Que teimosamente permaneceu ali, ao nosso lado
Como dolorido espinho espetando os desatinos.
E foste embora, sem jamais ter ido em mim
Que conservo teu aroma no amor inenarrável,
Em meio ao imensurável da saudade e suas teias
Para muito além dos falsos cantos de sereias.
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