quarta-feira, 24 de novembro de 2021

DOWN

Arre! Eu sou um todo poderoso de "araque" / Herói de "gibis", de almanaque, / Que me perco em minhas próprias entranhas / Sem me dar conta que recontadas façanhas / São mentiras que a ilusão e a vaidade / Inventaram e penso ser verdade. / Arre! sou um nada à esquerda do nada, / Inflado de frivolidade e conversa fiada, / Batizadas no vácuo da inexistência, / Vazia forma de vestir a consciência / No traje roto, no traje desbotado, / Do inseto amorfo ao inseto despojado! / Arre! Enfim desenho como última desculpa / Vendo-me como humano, vítima dessa culpa / De me perder na maluquice de estar vivo / Enquanto aos poucos morro, enquanto sigo / Pelo labirinto da Creta que em mim habita / Sabendo, logo ali a escuridão da cripta.

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