sábado, 22 de fevereiro de 2014
IDENTIDADE
Mantenho diante do que vejo e sinto
esta postura antropofágica como defesa;
se não tenho o porte do herói ou guerreiro
é porque me contento em ser covarde
ou, pelo menos, ser normal como os outros.
Procuro manter coerência em meus momentos
para que no gênese de meus pensamentos
possa reter a ordem que o cotidiano retira;
assim, construo dois mundos,
o que pode parecer quase inadmissível:
enquanto do lado de fora da muralha
porto-me como gladiador embrutecido,
lá dentro deixo os pássaros cantarem
e jorrar a cascata da imaginação.
Não tenho a pretensão de mostrar-me,
abrir-me para ser retalhado não é exatamente
o que desejo, não tenho coragem para tanto
e reconheço que se aparência e verdade
puderem ser mantidas sem atropelos,
passarei pela realidade imposta pelo meio
sem prejudicá-la ou combatê-la,
afinal a inércia e a aceitação passiva
fazem parte do arsenal da humanidade
e, só e fraco, não tenho forças para vergá-las...
Todos transferiram a agressividade para todos
e guardaram dentro de si o melhor que têm.
Não sou exceção, pudera!
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