Prefiro o fundo, ao meio do poço!
No meio convivem medo e esperança;
o medo a supera em geométrica escala.
No fundo, só a esperança salva!
Em quase toda a vida, desde moço,
vivendo entre o meio e o fundo,
nem mesmo por um segundo titubeio:
melhor estar no fundo do que no meio!
Lá no fundo do poço, à sina do sapo
“esperando o golpe do balde” na vinda,
da esquiva à carona apenas um salto,
na boca do poço um novo salto à saída.
No meio do poço, o nada está escrito,
é tudo obscuro, sem luz, nem sinalização,
às vindas e idas do balde não têm registro
acima ou abaixo, sem se saber a direção.
Melhor mesmo é estar no lado de fora
isso é para nenhum ou muito poucos
e a experiência que se renova na hora
exalta as diferenças do certo e do louco,
daqueles que têm bem além do além,
outros às sobras do baile, do esboço,
vivências de rimas de nada, ninguém,
morrendo de tudo no fundo do poço.
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