Aos poucos foram se apagando de mim os sons da natureza,
ficaram muito distantes, quase sussurros aos meus ouvidos
e os que ouço são zumbidos de mosquitos, sem a sutileza
ou a ternura de promessas que inebriavam meus sentidos.
Apenas sei que estou passeando no imutável tempo,
nas recentes descobertas do presente, perenes e tardias,
muito mais plenas de vivência em meio a contratempos
desta mistura discreta de morrer noite, de nascer dia.
Enquanto passo, neste quase findar desses meus passos,
Sentindo o insondável silêncio externo vir ao meu encalço
Reparto-me em luzes em meu interior de som deserto.
Porquanto aprendo na linguagem Braille dos teus espaços
o som, que me fazes sentir saindo dos teus abraços,
deste amor que me faz ouvir as estrelas bem mais perto.
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