terça-feira, 27 de maio de 2014

INSETOS


A formiga carrega a folha
cujo peso excede de cem ao seu
enquanto a pulga se desfolha
em pulos que alcançam o céu.
E o inacreditável se perpetua
no cotidiano dos insetos
enquanto a simplicidade nua
desvenda o certo do incerto.

E o homem, ah, este ser
complexo, em seu universo
desmantela-se em só ter
o nada que é seu anverso
e pelas areia se move
escoando-se, tempo apressado,
presa que é do estar verde
a colheita do passado.

Quem sabe fosse a formiga
ou a pulga, que nada sabem,
fosse mais na história antiga
realmente o homo sapiens
e aí, carregando a fibra
do amor eterno, semente
se elevasse, em maravilha,
sendo simplesmente gente!

Porque se sabe, em verdade,
o que de insetos nem somos
na grandeza e eternidade
do universo que não fomos.

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