quarta-feira, 17 de agosto de 2016

CONVEXO


Nos desvãos do cotidiano
Revigora-se o simples, o puro
Sem qualquer alarde
No acaso prenhe de ocasos e enganos,
De acertos, sóis e muros
E destrói o que já se vai tarde.
A pressa expressa dos anos,
Forças dos vícios, o futuro,
Navalhas do mal e da bondade
São fogos de jogos que se abrem.
O cedo cede vez à passagem
Ao que se esmera na tela
Do frio e quente dessa cela
Espremida na densa voltagem
Deste retalho chamado saudade...
E o resto como sempre é mistério
Exceto por este agora, revelado,
No gozo e fruição do etéreo
Que sublima todos os pecados...

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