quarta-feira, 17 de agosto de 2016
N'UM QUASE FIM DE ROTA
O sol desaparece em meio à névoa escura
Que desce em mim fazendo-me um anoitecer...
As lembranças não são claras, são esparsas,
São confetes, picotadas, puras, são farsas
Dos fatos que consagram esse meu jamais ser
Nas entranhas desse ontem que não passa.
Já nem sei se realmente foste a oitava
Maravilha do meu mundo, a estrela-d'alva,
Ou te revelaste assim pelo viés da estrada
Como estrela cadente no céu de minha alma.
No fulgor do tudo ido, no desvão da jornada
Bem assim fui e sou finito como vagido efêmero,
Prenhe do desejo de ficar escondido, enfermo
Desse infinito ventre dos sonhos perdidos!
Mais criança do que muito mais fui, antes,
Apego-me às causas perdidas deste mar adiante.
E, nas marés, altas e baixas, que me pressinto
Renasce em mim, n’algum lugar esquecido,
A esperança qu'inda viceja em meus labirintos!
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