sábado, 5 de dezembro de 2020
FIM DE CAMINHO
Há uma insuperável distância entre o que deveria ter feito /
e o que fiz; nem adiantam lamentos, tristezas, desculpas vãs /
para preencher o vazio no peito, sem jeito de me dar por feliz, /
de ser feliz, nos estrebuchados amanhãs de repetidos hoje, /
ontem e, antes disso, para além do outrora, sem outro espaço /
que não chorar o eterno agora que escapou dos meus braços. /
É como, acaso o tempo dividido em sua unidade, momentos, /
um a um escoando entre meus dedos lisos, escorregadios, /
viessem a parar e eu andasse na corda bamba dos desvarios /
e ainda assim não trouxesse de volta os que deixei ao relento /
e nem soube o quanto eram importantes para mim, então /
e para sempre! Para além das horas e muito além do céu /
alguém depositou flores germinadas nestes sim e não /
que usei bastante enquanto murchavam todas as quimeras, /
essências belas desse quase tido que sequer vivenciei /
trocadas por um punhado de encantos de perecível léu. /
/
E o que passou, se foi! ... E o que ficou, ... eu sei!
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