sábado, 5 de dezembro de 2020

NO ESCURO

Fraco, me submeto aos desvãos da vida / como um caracol, em eterna defensiva; / calado, assisto o desmantelar de sonhos / e a perversidade da dor da despedida. / A vida passa sem que o real dela se viva / e às tantas mudanças a que me proponho / não passam de viradas dos calendários / e assim sigo não caudal, mas caudatário. / Não me surpreendem mais tantas picuinhas / nem mais me irritam, somente me magoam,/ o que fiz, o que não fiz, às coisas minhas / machucam a mim, antes que em outros doam. / Fazer significante o que nem é significativo / verbalizar loucuras, tentar animar o inanimado / não torna nobre ou melhor qualquer objetivo / antes e novamente crucifica o crucificado. / Por que fazer do nada imensa tempestade? / use, para enaltecer o bem, tanta energia / e se cada um assim fizer, a humanidade, / haverá de realmente viver à luz do dia! ...

Nenhum comentário:

Postar um comentário