sábado, 5 de dezembro de 2020
UTOPIA
Envergonhado com o que ocorria /
escondeu-se o sol por entre sogas de desvalia /
ali permanecendo até a vinda de outra estrela /
envelhecida e tão amarelecida quanto ele /
talvez com menos morte, quem sabe menos vida, /
menos forte para que se pudesse de frente vê-la. /
Envergonhado o sol, fazer ou mudar, nada podia /
diante da ganância, cobiça, roubos, má liturgia /
que nos homens explodia. Quem sabe o novo astro /
clareasse idéias, purificasse ações e intenções /
do que antigos homens e deuses deixaram rastros. /
Enquanto isso, anoitecia, enquanto isso, morria /
o último ser humano pleno de chagas e heresias, /
no ritual, busca selvagem, da inatingível utopia... /
/
E, pasmem, Ulisses à Penélope jamais voltaria!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário