terça-feira, 8 de abril de 2014

EU E A GUERRA


A batalha seguia enquanto homens matavam homens,
homens irmãos!
A morte sorria enquanto a guerra cantava,
cantava o canhão!
Ali estava eu com aquela arma cuspindo morte,
a morte na mão!
No fragor da procela o instinto me guiava,
auto conservação!
Olhos crispados, cabelos revoltos, desvarios,
qual a razão
da violência, da guerra, de estar ali lutando,
lutando feito um cão!
...
Estava eu tremendo com a carta na mão,
na mão inocente,
fora convocado, diante disso me perguntaram
"É medo o que sentes?"
Então papai disse: "A morte não escolhe lugar,
nem o seu cliente,
sentir medo dela, do mundo, dos homens, da guerra
é ser nada somente!"
Meu pai, respondi, só a guerra me assusta
pois transforma a gente
e faz com o que o forte e o fraco, o bom e o mau
matem legalmente
e se agora tremo não é pelo medo de dores ou morte
que terei de enfrentar
porém, papai, seu filho inocente, puro e amigo,
terá que pecar;
e mesmo que volte coberto de louros, um herói,
herói por lutar,
e mesmo que a história enalteça suas glórias
terá que acusar:
Este homem foi um grande guerreiro, um grande,
viveu a guerrear,
perde-se no tempo as batalhas e quantos (irmãos)
conseguiu matar.
....
E aqui estou eu de arma em punho, matando...
matar ou morrer!
O inimigo tem alma, rosto, família e também
deseja viver!
Que fenômeno é este que vidas consome a ao diálogo
põe a correr?
Cadê o raciocínio que ao instinto supera?
não consigo entender,
pois, vença quem vença, em se tratando de guerra
todos irão perder!

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