quinta-feira, 2 de janeiro de 2020
DEIXEM-SE
Deixem-se cantar enquanto tenham voz, ainda que rouca
Deixem-se chorar, quando das vitórias ou dos danos;
Ainda que eles possam te sido esmagados pelo cotidiano
Os sonhos sobrevivem, engravidam vida de magia louca.
Não se cobrem o que não têm e por isso não podem dar,
Nem se alimentem só de esperanças, há que realizar,
Não busquem em outros olhos o brilho de aluguel
Da futilidade da escorregadia sedução de jogos de papel.
Eis que somos humanos e somos como todo o mundo,
Eis que somos todos os erros e acertos e tudo, juntos,
Eis que somos um não se sabe o quê de vindas e idas
Na contramão de todas passagens tidas ou sofridas.
Deixem-se, enfim, fazer ou mesmo pensar bobagens
Amanhã, quem sabe, uma delas iniciará a viagem
Sem volta, de algum sonho de durar, quase eterno,
No etéreo momento deste agora que se carrega terno.
Então deixem-se sonhar enquanto levando consigo
O sabor de um até logo ali que de ti em mim abrigo
Ao cantarmos a canção que teima reforçar a crença
Do esperado amanhã que valerá por sua presença.
Por ele, deixem-se cantar enquanto tenham voz
Deixem-se chorar e apenas por chorar se baste
Ainda que se do vosso reino venha também o nós,
Muito mais há de ser venha a nós o quanto baste!
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