sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Corpo estranho

Não pretendo chorar e as lágrimas surgem,
não quero morrer mas a vida se extingüe;
quero ser e viver e sorrir e ter,
não quero o não quero mas o tanto é tão pouco
e o abrigar estradas absorveu meu limite.

Só e arrastado, somo momentos e a dor permanece
e o nada avança à boca da noite.
Driblo o repúdio e o escárnio do agora
com o sonho antigo de um amanhã esperado
jamais vindo, jamais passado...
E assim cresço, assim passo, assim morro
com um sorriso nos lábios
e uma lágrima seca no canto dos olhos
como um corpo estranho, dilacerado,
entregue, caído no passeio público.

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