quinta-feira, 11 de julho de 2013

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quinta-feira, 4 de julho de 2013

PESCARIA

Olhava o córrego refletindo nesgas de céu
e o comparava a sua própria existência:
também transitara por leitos a si destinados
refletindo nesgas de céu, sem contê-lo;
às vezes, com a impessoalidade do espelho
outras, com projetos somados ao que refletia.

O anzol sequer dava sinal de esperança ou vida
(vida que a minhoca, embora a luta, entregara)
diante do descompasso e enfado dos peixes.
Ora, como peixe desprezara tantos anzóis
por sabê-los engôdos que a dor contém;
como minhoca, dera a vida a anzóis errados
atraindo olhares e ações gulosas.
Só anzol não fora, assim pensava... ou fora?...

De repente, agitação na linha e na água,
um idiota, como ele, vencera a dúvida
e se jogara, corpo inteiro, ao destino.
Era a vida presa aos enganos e curvas,
de novo atraída pelos encantos do proibido,
debatendo-se vã, às forças últimas...

Puxou a linha, à ponta, um peixe pequeno,
boca dilacerada, sufocando no gasoso,
extinguindo a vida, rebelada e vã
à morte que vinha, que vinha, que vinha...
Berrou, então, ao ouvido do peixe:
"Idiota!" e o enviou de volta às águas...

Encerrou a pescaria sem haver pescado
nada além do que um pouco de si mesmo,
refletido que estava na história vivida...
Aos amigos diria, mais tarde, sobre pescaria:
"Meu maior peixe é o amanhã que sou
sendo a vida a maior de todas as pescarias!"

UNIDADE


Vejo você por dentro de de mim,
vejo você saindo de mim,
vejo você pedaço de mim
e extensão de mim em você.
No desaguar da cachoeira,
na ilusão das estrelas,
na sutileza do implícito,
sinto você em toda parte,
aqui, ali, no infinito
você e eu estamos juntos.
E juntos caminhamos sem pressa
o rumo da vida, o rumo do nós,
você em mim, eu em você,
somos um, sem paradoxo
carne e sangue, céu e mar,
pleno de sonhos, enamorados.

PEQUENA HISTÓRIA


... E porque não se conformava
com a chegada da alvorada
deixou-se ficar apesar dos protestos
e esforços de amigos e amantes.
Vivera a noite em toda sua trajetória
e o dia, apesar da luz e pela luz
deveria ser uma canção envolvente
que o transformaria em história.

O sol surgiu e sugou o orvalho teimoso
e, juntando-o a outros iguais,
fê-los nuvem e, mais tarde, chuva.
O chão, o rio, o orvalho conheceu o mundo
e sem saber como ou por que
morreu na noite da dor de uma mulher...
A alvorada enfim havia chegado!

NO ASILO (A ÚLTIMA PRIMAVERA)


Percorrera o domingo de sempre
com o sentimento emperrado na sexta.
Todo o esperado, do nada que tinha a esperar
como sempre, não viera. E ela sabia...

Passava solitária, sem lembranças
e domingos passavam, sem deixá-las.
Ah, quando moça, tanto amor desperdiçado
ah, quantos sonhos para o nada de agora.
Nem mais sonhos existiam,
definhando sem eles, no asilo...

Solitária, apenas o sopro da fé a mantinha:
Vivia! Ainda que sem nada, vivia!

NA TARDE DO SÁBADO


De súbito, um raio rasgou a garganta da tarde
libertou o vento que, furioso, varreu a calma do sábado
e nuvens na orgia, pintaram o quadro de chuva,
desabando a magia fez-se a tempestade.

Nem era verão, o sol escondeu os seus raios
diante do raio que impune brincou
de assustar os humanos na tarde do sábado.

Enquanto lá fora o inusitado ocorria
nos dois, no improviso da fantasia em raios nos dávamos
e beijos raiados, há tanto ansiados, fustigaram o não
que a realidade gritara ao amor que explodia.

Em nós toda a festa do sol esperado
gerando em magia incontida o amor,
ao viver um início de céu na tarde do sábado.