Manhã de calor, sol intenso, céu límpido /
Pintado de garatujas brancas, muito brilho, /
Que trazem à memória aquelas, do olimpo /
Da infância de crianças, dos meus filhos /
Pintando paredes da casa e fugindo /
Para o abrigo do pai, com a mãe rugindo. //
Agora, nesta quadra da existência às repenso, /
Minha memória, nem tão manhã ou sol intenso, /
Nem tão céu, pintada de garatujas acumuladas /
Nem tão brancas, já sem brilho, repousadas /
Na parede do passado onde busco meu refúgio /
Na contramão do ontem, no abrigo dos meus filhos.