sábado, 14 de dezembro de 2019

QUEM SABE, AMANHÃ


Haverá de chegar o amanhã voltado
para um quase simples quem sabe,
sem retórica, sem que se acabe
no limbo da trajetória, embolorado
no amargo gosto do amargo
curtido no fel do “a lo largo”...

Como um quem sabe, partiste
turvando de dor, meu adiante,
tatuando no além do triste
um amanhã sem durante.

Quem sabe meu quem sabe de ar
realize-se n'outro, quase desperto
como os sonhos, de olhos abertos,
que em mim teimam brotar!

Quero a fragilidade do agora
expulsa do meu dia a dia
vindo ela a ser fortalecida
pelos legados do outrora.

Porque o quem sabe, bem sei
virá vestido de quero mais
amanhã, logo adiante, é a lei
de quem não se entrega, jamais!