quarta-feira, 6 de setembro de 2017

VELHICE (LENTAMENTE)


Há uma certa nostalgia ao final do domingo porque se sabe que amanhã, segunda-feira, tudo haverá de recomeçar sem a ilusão trazida pelo fim de tarde da sexta-feira com relação ao final de semana... Acredito que aquele confunde-se com a velhice posto que esta se encaminha para o desconhecido. A propósito, o poema infra, diz do que penso sobre ela, enquanto, em seus estertores, transita em minha vida:


Lentamente, as lembranças
Amarelam pelo chão
Como folhas de outono...
Lá se vão sonhos crianças,
Entre alma e coração
Passageiros no que fomos...


Lentamente, toda saudade
Toma conta do viver
Como seiva que se esgota...
Enquanto toda ansiedade
Nocauteia o bem querer
De se ir ao antes sem volta...


Lentamente, a vela acesa,
Em estertores, a iluminar,
Projeta sombras do passado
Nelas, todas as incertezas
Do adiante, a nos matar
No nada sei, revisitado...