Por onde andam as margaridas?
Despetaladas? Descoradas? Sem incenso?
O que foi feito de suas vidas?
Animadas? Incensadas de sonho imenso?
Por onde andam? No que se resume
O feito ou desfeito, a respeito?
Qual o destino de seus perfumes,
Do meu ciúme em meu peito?
O jardim em que florescemos
Jaz em deserto, esturricado,
Vivo de urzes, sem as raízes
Do que plantamos, já esquecemos
Desse antes agora revisitado
Pelas lembranças, dias felizes.
Por onde andam as margaridas
Que se perderam, muito distante,
Da nascente de seu rio
Bem-mal-me-quer, jogo da vida,
Descolado desses instantes
Que preenchem o meu vazio...
Não há mais o que pensar, esperar
Nem mais, nem menos, é a hora, agora
Eu e tu fomos dois, sem depois...