sábado, 30 de outubro de 2021

PASSAGEIROS

 

Tudo passa, repassa, exceto o tempo,

Ela passou e a dor de sua ausência

Também passará, como contratempos!

Os mil momentos dos sonhos, à essência

Dela e meus, balançam, indo e voltando

Em meu eu, enquanto sigo passando...

Passa, passará, passou, não temos escolhas

No repassar de águas, sóis ou sombras!

GIRANDO


Vez que outra, calmaria,

adiante noites e dias

seguindo rumos e teias

onde anjos e demônios

dominam cenas e areias

às orgias desenfreadas

da explosão dos hormônios,

logo ali a encruzilhada.

E tudo que passa agora

e tudo já foi embora

como ogivas nucleares

entre minha sorte ou azares

corroídas em meu nada

que já foi ou é morada

de antigas falhas, pesares,

desses seguidos andares,

até que a morte os pare,

na vida que assim estanca

por entre acasos, barrancas,

em fim de caso, não raro

à noite do meu desamparo.