segunda-feira, 14 de agosto de 2017

NUNCA MAIS...


A teu pedido, nada disseram
Desde o início, ao fim,
Todos silenciaram, calaram,
Esconderam de mim...
Moleca, na pura travessura
No rosto o riso por inteiro
Do muro ao abacateiro
Em busca do fruto...
A seguir, a queda
No chão bruto,
A quebra da vértebra
Abaixo da nuca...
E a agonia...
Dos muitos dias
De hospital... até o final...
E eu não sabia...
Vaidosa, não querias
Que eu te visse assim...
Guardando viva em mim
E para sempre! em mim,
A imagem bela, da menina,
Brincando à beira do açude*
Que, não apenas da retina,
Retirar eu jamais pude... (*referência, ao poema "Estática")