quarta-feira, 1 de março de 2017

REFLUIR EM SI


Dar-se-á a passagem pela luz,
pelo barco, pela ponte ou o que mais,
nunca pelo ontem, senão pelo jamais!
Todos indo e voltando à cruz,
crianças, cirandas inumeráveis
das idas e voltas, inevitáveis.
Alguns bem cedo, cedem a vez
a outros que, tardios sem o talvez
do esquecimento, adiam a viagem.
E sendo sol, chuva, vento ou aragem
ir-se-á adiante nesse refluir eterno
de um sem se saber qual estação,
de um pode ser verão, inverno,
de um quase nada de razão
nas incógnitas de amanhãs iguais

de insondáveis tempos desiguais.

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