sábado, 14 de março de 2015

CONDIÇÃO HUMANA


Luz, luar, brinquedo, rua
continua a prece desta noite tenra
e lá se vão arestas, frestas, prendas,
quedando impunes ao raptar ternuras.
Ah, vaga-lumes destas claras asas
que enternecem escuros esvoaçando nuas
nas cordilheiras puras de tuas encruzilhadas.

Raios perdidos, mal nascidos,
nos sonhos pálidos do nunca vem
do trem do dia, aguçam mistérios
na noite plácida que avança invernos
resfriando tudo em gélido abraço
de desvalido cansaço, cálido...
No horizonte, buscando espaço,
aponta à barra tênue, uma luz difusa,
que, n’um crescendo partejar de musas,
inunda a terra com a vez do dia.

Assim é a vida, assim o é, repetia,
o velho mestre ao discípulo atento
sem preconizar ou refletir lamentos,
são vários ciclos dentro de um, apenas
Do mel das graças ao sal das penas
há que vivê-los, noites, dias e alvoradas,
pois cada passo nessa caminhada,
ao rumo frágil que ao longe some,
deixa pegadas, forma o universo
e o merecer à condição de homem...

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