Cuidado! que o bicho-papão está solto,
o pão está caro, o dia está roxo
e a luz acesa é a luz a pagar
no travo amargo deste passar.
Cuidado! o rádio de pilha estrila
no bolso apertado da esquina
do riso que a desgraça estraçalha
na dor que sobra na vida que passa.
Cuidado! o lado tem lado e nariz
a cara tem rosto e brilha à sombra
do etéreo que não fala, nem diz
do vírus da fome que a fome devora
O sempre percorre a toda hora,
A estrada parida do antes, do agora
E a morte reduz tudo ao nada!
E a vida impõem tudo ao nada!
Nenhum comentário:
Postar um comentário