sábado, 29 de junho de 2013

INSTABILIDADE


Logo à frente o medo de se saber "quem sabe"
vulnerável, infinitamente vulnerável
e o eufemismo do hoje indo antes que se acabe
resfriando sóis e luas do amanhã instável.
Tudo isso, sei, virará pó ao longo do caminho
dores, alegrias, medos, fobias, azar ou sorte,
retornarão às franjas do ido, enfermo descaminho
de tanta vida que se desdobrou em morte.

O hoje que passa, em si só não se basta
ainda que somado ao ontem desperdiçado
no amanhã que ainda não veio e arrasta
os indecifráveis teoremas do passado.
Rebeldes astros de órbitas irregulares
não sendo frascos, aprisionam perfumes
sulcando traços e, apesar dos pesares,
irradiando a efêmera luz dos vagalumes.

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