sábado, 29 de junho de 2013

RETRATO DO AVESSO


De súbito, entendi!
É o tempo o senhor
Sou apenas o súdito
Sem queixa ou pudor.
Então, assim, percebi
Que o sim e o não
Em qualquer versão
Ou mesmo endereço
Não tem razão de ser
Ou ter, tudo é começo.
Minhas escolhas
São folhas soltas
Que reprimem orvalhos
Do ontem, de atalhos,
Que sem me dar conta
Despedacei em tédios.
Pretenso remédio
Que não faz a cura
Das tantas juras
Do inalcançável
Que indisfarçável
Em mim repousa.
Presas do tempo
Todas as coisas
O bem, o mal
Ir-se-ão sem ter
O som do agora
Do meu sofrer
E dos gozos meus...
Todos sabores, ao final,
Dos meus amores,
De minhas dores,
No agridoce do adeus.

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