domingo, 2 de junho de 2013

CATA-VENTO


Resumia-se o outono no cair de folhas
e em tardes mornas, nada além...
Um dia fez-se um pé de vento
e me colocou na estrada,
desde aí não parei mais...
Como o redemoinho procuro meu epicentro
sem me livrar de tantas voltas;
percorro a vida como se esperando
a cada instante a calmaria.
Enquanto o sopro da esperança
empurra-me para a frente
o vento da decepção me estanca,
a brisa da moral me reanima
sigo em frente, ou ré, mas sigo...
Por vezes tomo o rumo de todos os pontos cardeais
e rodo pela cruz sem destino ou abrigo,
sem encontro ou recado.
Tento multiplicar o pão sem o trigo
e consigo, apenas, o milagre de continuar vivo,
o que, apesar dos pesares, gosto muito
porque o inverno, sei, virá e se resumirá
ao chegar, em um fechar de olhos
e em tardes frias, nada além!

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