domingo, 30 de junho de 2013

DEIXEM-ME O AMANHÃ


Tirem-me tudo se assim entenderem
que mereço
exceto o amanhã que não tenho,
nem conheço.
O homem vive de perspectivas,
de fantasia, da utopia e seus adereços
e o que paga pelo hoje que já vai ontem
é resultado de suas ações e omissões,
justo ou injusto, paga-se o preço.
O amanhã, que nunca tenho, pode trazer
em suas dobras o que me falta para só ser
inundando o leito seco do riacho do agora
com águas puras originadas d'outras auroras
e meus excessos na dor que espanca
nelas banhados renascerão em esperanças.

Vida na vida, sonho encantado, o avesso
destes tempos rudes que vivo e sei, mereço
tirem-me tudo, menos o amanhã
que não tenho e nem conheço.

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