sexta-feira, 12 de março de 2010

Balão de aniversário

Tu que tiraste e queimaste o negro sangue,
a seiva, a flor, no canto de tuas guerras
ouví os gemidos dos seres exangues,
e os tenebrosos rugidos do centro da terra.
Haverá de sentir, eu também e como,
na pele, n 'alma, em tudo o que somos
Os efeitos do mal que praticamos
Destruindo o planeta que habitamos.

A terra oca, desmatada, vazia
Flutua qual balão de aniversário
da rota do sol, perdido, à revelia,
Desnorteada, bêbada em seu eixo,
no espanto do agora, este rosário
Tropeça no buraco negro do desleixo
E a natureza cobra o seu preço...

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