segunda-feira, 22 de março de 2010

Prostituta

Prostituta tua luta, tua labuta é imoral
usa o corpo que parece a manchete de um jornal.
Eu te acuso mas te uso e te uso e te acuso de venal,
pecadora, desgraçada, sem-vergonha e marginal.
Prostituta te entregas a quem te paga à final,
te transformas na amante, na amada,
no refúgio, na esposa ocasional
e também no quebra-galho mais bestial.
Hoje o Pedro, ontem o Paulo... amanhã?
quem sabe quem! Pouco importa
corpo máquina, não pertences a ninguém.
Teu lar é a sarjeta, o teu corpo o ganha-pão,
tua alcova, teus abusos em qualquer lugar estão.
Prostituta filha pária, catalizas teus vinténs
o amor tu desconheces, só o dinheiro te convem
vives na promiscuidade e é dela que provens
sem jamais ouvir-viver o caminho que é do bem.
Prostituta, Madalena da era espacial
não tens pena, te condenas a viver pelo mal.
Vês a filha que geraste, que vida ela terá?
Seu futuro, oxalá, não seja o "trottoir",
não tem pai, não terá mãe, não terá nada...
Prostituta mais te acuso, mas te uso
embora queira te ajudar.
Prostituta tua luta, tua labuta é imoral
usa o corpo que parece a manchete de um jornal.
Prostituta te ajuda, volta a vida, te ajuda,
pede ajuda e perdão para os erros teus
prostituta te ajuda e te lembra, te ajuda
e te lembra que ainda existe Deus!

Nenhum comentário:

Postar um comentário