Parecendo distraída
Passeava meio perdida
Em meio aos devaneios
De sua mormacenta vida.
O vento batia palmas
Na tarde louca d'alma
E a sede que beija sua boca
Quase rasa, sem os recheios
Que um dia fizeram marcas
Perde-se no ultimato
Dessas lembranças amargas
Vestidas de lágrimas tortas
Despetaladas dos fatos
Lambuzados nas derrotas.
O que fizera de si?
O que fizera pra si?
A sensação de estar morta
Era só um de seus pesares.
Ao girar os calcanhares
Perdeu-se na desventura
Tonta, quase sem sentido
Não percebendo ter sido
Escolha, medo, tortura,
Gagueira no tanto ido.
Soube neste agora turvo
que o tudo que buscara
Só existia num nada,
No escuro dessa estrada
Em que sempre tropeçara...
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