Tu que vês e não enxergas
Pensas mas não refletes
Mais se quebra do que verga
Menos é do que parece.
Formas assim falso horizonte
Insustentável e sem prumo
Sem o amanhã que do ontem
Resulta desvendando rumos.
Do tanto vivido antes
Este hoje sem doçura
Realiza, dissonante,
Contra-senso, releitura.
Passam ao largo, vinhetas Que se encontram no infinito
N'um concreto apressado Nelas, o infinito meu
E no meio fio, na sarjeta, Descobre o nós, no seu
Navalhas cortam passados. Despido de qualquer mito...
Nem tudo é o que parece Sai, chega, vem, vai e volta,
O direito do anzol é torto Pelas trilhas desbotadas,
Perder a vida é estar morto Expandindo-se em estradas
Na morte tudo se esquece... N'um quê de natureza morta
Os trilhos são paralelas Que se acende e revigora
Com começo, meio e fim, No sim d'alma rejuvenescida
Em verdade, são assim N'um sopro que produz vida
com a aparência daquelas Com vigor de nova aurora!
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