quarta-feira, 3 de março de 2010

Metamorfose

Espera que eu creia nas juras que faz?
Que pensa que eu sou?
Esgotou o seu crédito, sabia?
Lamento dizê-lo, simplesmente acabou!
Já não faço do vento uma parcela
de minha soma ou de qualquer total
nem castelos de areia abrigam minha crença,
e o mundo continua a girar, tudo bem, tudo igual!
Somente fiquei mais objetivo, temperado,
enfim eu mudei, não sou mais o mesmo.
Aquele passionalismo que foi minha expressão,
o arrebatamento, a ilusão acabou, acabou!
Vivi o bastante, errei outro tanto, mas aprendi,
as lições foram variadas, custou muito, mas aprendi!
Vê, não me venhas com juras, promessas,
não creio em você. Ah!, a grande vantagem
é que agora creio em mim e piso na terra.
De resto, agradeço a você
por ter feito de mim exatamente o que sou:
um ser racional que colheu do amor
um pouco de dor e muito de paz...
um ser que sonha dentro dos limites
que a realidade impõem.
Por isso, não venhas com juras que creio
em sua aptidão de jurar... por nada!
O meu sonho morreu em suas mentiras
e através delas você passou em minha vida,
passou, deve conformar-se com sua herança!
Adeus, suas juras não têm o meu crédito
e o amor feneceu na própria ilusão que ele foi.
Adeus a vida é isso aí, exatamente
e eu renascido para o mundo real
agora que aprendi, vou renovar o fascínio
que sinto, em outras paisagens, todavia
não usarei mais binóculos ou lentes de óculos,
verei por mim mesmo... e com estes olhos, ora!

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