sábado, 20 de fevereiro de 2010

Bolinha de Vidro

Novinha, a bolinha de vidro era usada alegre,
Batida, estalada, entre as bolinhas
Companheiras ou inimigas
Das mãos do menino às mãos do acaso era jogada
De tanto usada, de tanto batida, acabou lascada,
Jogada, esquecida, na lata do lixo.
Da lata do lixo para o lixo da terra
E lá se vai o tempo, não se vai a espera.

Enfim, chega um dia, improvisado
No menino usado que revolve o lixo
Buscando o alimento, o brinquedo, o quem sabe
E descobre a bolinha de vidro lascada e sua.

Usada de novo, batida estalada,
Lá vai a bolinha , nas mãos do menino,
Feliz o menino, nas mãos a bolinha
Que se refazia no cíclo da história.

E o cíclo se fecha. A bolinha de vidro
fragmenta-se e pronto, mas não perde o encanto:
Reflete colorido o sol
Que, atrevido, a possui sobre o lixo.

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