sábado, 20 de fevereiro de 2010

Diálogo

"- Cada passo é um passo
rumo ao tudo ou ao nada;
cada finta é uma deixa
de todas as queixas
ou de contos de fada;
cada gesto um abraço
ou um triste rechaço
de alguém em alguém;
cada seio é um regaço
de quem vai ou quem vem."

"- O que sabes da origem dos mundos?
do como, do porquê do profundo
filosofar que te envolve e tantas vezes te cala?
Anda, brinda com tua fala, desenvolves o brilho
no ouvinte zeloso que embora orgulhoso
de ver o filho com tantas opiniões,
sem querer uma polêmica lembra-lhe
que há situações em que a lógica acadêmica
com aparente razão não nos deixa sentir
importantes mensagens vindas de nossos corações.

Por isso pergunto o que sabes de tua própria origem?
Que sabes dessa coisa gozada, engraçada, indolor
para alguns e tão complicada chamada Amor?"

"- Pai o amor é ..."

"- Não, não tentes defini-lo porque de um mortal
Ele não merece uma definição; tente senti-lo,
apenas senti-lo, é nossa mais humana ação;
talvez não descubras a origem dos mundos,
mas descobrirás tua própria origem
e analisando mais fundo verás que o nada
só existe onde falta o Amor!"

"- Puxa, pai, o filósofo era eu assim eu pensava,
mas você ..."

"- Sei disso filho, mas vê um filósofo sem amor
é uma casa sem vida, é a noite de um dia.
Para que não seja vã tua filosofia,
não seja pagã, nem noite de um dia,
meu filho, jamais esqueça:
some o coração à cabeça!"

"- Obrigado, meu Velho,
cada passo é um passo rumo ao tudo,
cada finta é uma deixa de todas as queixas,
cada gesto, um abraço de alguém em alguém,
cada seio um regaço de quem vem e não vai!".

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