sábado, 20 de fevereiro de 2010

No espelho

Tu que me falas desse modo
com a autoridade da aparência
e, na essência, te manténs indiferente
nesta estampa que deténs: Nada és!
E me informas: Nada sou também!

Do espelho, essa imagem me provoca
e desloca à estampa envelhecida,
os pesares que os anos a cercaram.

E assim, muda, falas e me espantas
dançando impune na frieza do aço
escancarando essências transparentes.

Tu, oposto e aparente, percorres o fio
da existência que passa ao largo
em vicissitudes que os fulcros mostram.

Tu em mudança, o eu que está agora,
o eu chegado do que tu demonstras,
aparentemente, em verdade, aparentemente...

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