Andar entre andares, mudo
sendo a impressão do que se guarda
no fundo, ao buscar-se o tudo
lambuzado de sentir-se um nada.
E se viver nisso, no milagre
da alternância do incontrastável
explodindo a cheia que consagre
o impossível e o improvável.
E continuar entre os absurdos
(surdo a apelos, entre outros surdos)
colado ao pêndulo das horas
chegando e tendo de se ir embora.
Do paradoxo, na banalidade
do ser-não-ser desta eternidade
viver o agora é o grande prêmio
da loteria do passar efêmero.
E a música segue, algo diluída
entre harmônica e dissonante
nos infinitos presos aos instantes
indefinidos que chamamos vida.
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