sábado, 20 de fevereiro de 2010

MONÓLOGO

Neste jeito de conversa
Bota a tristeza na mesa,
Não reduz o teu talento
E dispara teus momentos.
Solta a língua com vontade
Contrariando este recato
Que manténs por conveniência
Diante da auto censura
E te afasta da mesura
Que te envolve como ciência
Levando o teu evento
Ser apenas marco chato
De um mesmo cotidiano
Que repete este teu dia
Transformado em teus anos
Tudo igual sem consequência.

Neste jeito de conversa
Bota a saudade no bolso,
A estrada em tua mão,
O teu eu em teu retrato
E te despe e te refaz
Sem ser tema nem parágrafo,
Fala o quanto tu quiseres
De escutar estás morrendo...

Fala que eu estou te escutando
E não sou a tua consciência
E não sou o teu passado
E não sou o teu momento
E não sou o teu não sei...

Fala que eu sou o vento
Sou tão forte e tão vazio,
Sou o céu que nada escuta
Sou a estrela que iludiu...
Quem afirma que caiu...
Sou a cama que te abraça
Sou o sono que te envolve
Sou a lágrima que é graça
Que ao riso te descobre.

Bota a tristeza na mesa,
A esperança em teu rosto
E sorri para o teu jeito,
Para o jeito do teu mundo
E compreenderás que o tudo
Não existe sem o nada!

Fala tudo que te escuto,
Sou a tua alvorada
Que escapou de tua noite
E vem brincar em teu dia,
Na magia do vermelho
Desses olhos ora inchados
Pela chuva do passado.
Neste jeito de conversa
Manda a tristeza à mesa
E teu tempo será o outro
Fala tudo que quiseres,
Solta a mágoa para o mundo
E teu tempo será outro...

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