sábado, 27 de fevereiro de 2010

Morte natural

Morreu como tanta gente
sem campos de batalha,
sem cama, sem palavras,
no anonimato.

Em troca das flores,
velas ou lágrimas,
comuns diante da morte,
ganhou o aparato policial,
a curiosidade popular
e a manchete do jornal.

Ele que pouco ousara
ter tempo de beijar os seus
beijou o asfalto à cem por hora.

Morreu como tanta gente,
no anonimato,
atropelado pelo progresso.

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